Desde muito pequenos, somos ensinados a fazer escolhas. Comer uma fruta ou um doce, escolher um amigo para brincar, decidir qual filme assistir... e assim vamos aprendendo a navegar por um mundo cheio de possibilidades e opções. Conforme crescemos, no entanto, essas escolhas se tornam cada vez mais complexas e impactantes em nossa vida. E, muitas vezes, não há uma resposta certa para aquilo que preferimos.

Essa subjetividade das escolhas é uma característica essencial da nossa identidade. Nós gostamos de coisas diferentes, temos paixões individuais e desenvolvemos preferências únicas. Mas essa subjetividade também pode gerar conflitos, especialmente quando tentamos impor nossas opiniões sobre os outros ou quando nos sentimos pressionados a escolher algo que não queremos.

Nesse sentido, o conceito de favorito pode ser especialmente perigoso. Ao afirmarmos que algo é nosso favorito, estamos dando a entender que aquilo é uma escolha objetiva, fundamentada apenas em nossas preferências naturais. Mas isso não é verdade. Nossas escolhas são influenciadas por diversos fatores, como nossa história pessoal, nossas experiências culturais, nossos medos e nossos desejos.

Pessoalmente, sempre tive dificuldades em definir um favorito para qualquer coisa. Não consigo escolher um livro preferido, um filme preferido, um sabor de sorvete preferido... a lista é infinita. Mas isso não significa que eu não tenha paixões ou preferências. Apenas reconheço que essas escolhas são subjetivas e mudam de acordo com meu estado de espírito e minhas experiências pessoais.

Além disso, compreender a subjetividade das escolhas nos permite ser mais tolerantes com os outros. Quando entendemos que nossas preferências são influenciadas por diversos fatores, percebemos que as escolhas dos outros também foram moldadas por essa subjetividade. E isso abre espaço para aceitarmos opiniões diferentes e convivermos com a diversidade.

Em resumo, meu favorito é aquele que me faz feliz no momento. Aquele que me traz alegria e empatia. Mas essa escolha nunca é definitiva e está sempre sujeita a mudar. E isso não significa que eu esteja sendo indeciso ou fraco. Apenas estou reconhecendo a subjetividade das minhas escolhas e aceitando que não há uma resposta certa para aquilo que eu gosto. E essa é uma lição fundamental para construir uma identidade mais autêntica e tolerante em um mundo cheio de possibilidades.